Escrito por Flávio P. Brandt | Revisor Dr. Alexandre Barbosa Naime A criptococose é uma micose sistêmica causada por fungos do gênero Cryptococcus, sendo o acometimento de sistema nervoso central pela doença a causa mais frequente de meningite oportunista nas pessoas vivendo com HIV/AIDS (PVHA).1 A doença pode se manifestar com meningite ou meningoencefalite, habitualmente de caráter subagudo, acometendo, geralmente, pacientes com contagem de LT-CD4+ abaixo de 100 céls/mm³.1 Após a introdução da terapia antirretroviral de alta eficácia (HAART), na segunda metade da década de 90, sua incidência teve importante redução, no entanto segue estando relacionada a altas taxas de mortalidade e morbidade, e seu tratamento continua sendo desafiador, principalmente em países subdesenvolvidos e carentes de recursos terapêuticos.2 Estima-se que ainda haja cerca de 1 milhão de casos de criptococose relacionada ao HIV mundialmente a cada ano, causando cerca de 15% dos óbitos mundiais relacionados ao HIV.2,3 Seu tratamento é, tradicionalmente, dividido em 3 fases: indução, consolidação e manutenção. Protocolos nacionais e internacionais costumam recomendar que a fase de indução do tratamento para PVHA seja realizada com a associação de anfotericina B (AmB), formulação desoxicolato ou lipídicas, e flucitosina por um período mínimo de 2 semanas.1,2 Tendo em vista as comuns…...