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Carimbo médico é obrigatório? O que diz a lei sobre esse assunto?

Você já se perguntou se o carimbo médico é obrigatório?

Em meio a uma série de laudos, receitas e prontuários, o uso do carimbo facilita o atendimento e reduz a burocracia. Isso porque as informações mais importantes estão contidas nele, como o nome do médico, número do CRM e assinatura.

Contudo, segundo uma resolução da ANVISA, o uso do carimbo médico não é obrigatório, mas há exceções.

Para entender a importância do carimbo no ambiente médico e em quais casos ele é obrigatório, acompanhe nosso artigo de hoje.

O que é carimbo médico?

Carimbo médico nada mais é do que um acessório que se tornou popular por trazer impresso os dados importantes sobre o profissional, automatizando tarefas e diminuindo a espera no atendimento.

Entre esses dados, estão o nome do profissional, número do CRM (Conselho Regional de Medicina), registro de especialidade (RQE) e assinatura.

Sendo assim, em qualquer documento que dependa de legitimidade e validade médica, basta carimbar para torná-lo legítimo e acessível aos pacientes, acompanhantes e profissionais de saúde.

Qual a importância do carimbo na medicina?

O uso do carimbo médico surgiu para tornar mais rápido e compreensível acessar os dados do profissional em diversas situações, como receitas, prognósticos e encaminhamentos.

Isso porque nem sempre era possível identificar as informações do médico por conta da letra ilegível, podendo até causar confusão e erro no tratamento.

Nesse sentido, o carimbo médico se tornou quase obrigatório para conferir legitimidade a uma declaração médica e, por isso, tem tanta importância em diversas práticas da medicina.

Afinal, carimbo médico é obrigatório?

O carimbo médico não é obrigatório e nenhuma farmácia pode negar a venda de medicamentos pela falta do carimbo.

O que o CFM faz é adotar outras formas para identificar o profissional e legitimar o documento, como dados legíveis do médico responsável, CRM e assinatura.

Portanto, se a letra estiver legível e com dados obrigatórios no documento, não é necessário carimbar para validar a declaração, tornando o ato apenas opcional.

O que diz o CFM sobre o carimbo médico?

De acordo com o parecer do CFM, não é obrigatório usar carimbo médico em prescrições, sendo, portanto, opcional. Conclui-se ainda que:

O que se exige é a assinatura com identificação clara do profissional e o seu respectivo CRM.

Por isso, a assinatura acompanhada dos dados do profissional confere real valor ao documento, e não necessariamente o carimbo. O que um carimbo médico faz é facilitar a vida do profissional e melhorar o entendimento das informações, principalmente quando a letra não for legível.

O que deve constar no carimbo médico?

Para que o carimbo tenha validade e esteja dentro do Código de Ética Médica, esse acessório deve conter:

  • Nome do médico;
  • Inscrição MÉDICO em letra maiúscula;
  • Número de registro no CRM e estado;
  • Número RQE (se for especialista);
  • Nome da ESPECIALIDADE em letra maiúscula;
  • Assinatura;
  • Data.

Caso o atendimento seja feito em clínicas particulares e não vinculadas a uma instituição, o nome do estabelecimento é obrigatório também no carimbo médico, a menos que no próprio documento (receituário ou encaminhamento) já conste o nome do consultório.

É importante destacar, ainda, que esses são os ÚNICOS dados que devem aparecer no carimbo, então EVITE adicionar:

  • Slogans;
  • Nome da instituição na qual se formou;
  • Frases religiosas;
  • Entre outros dados fora do que determina o CFM.

Lembre-se que a ideia de um carimbo médico é legitimar um documento, seja ele uma receita ou um prognóstico, e garantir que a famosa “letra de médico” não atrapalhe a compreensão do texto.

Qualquer outra informação adicional pode causar má impressão àqueles que a recebem, principalmente farmacêuticos, invalidando as informações no papel.

Outro ponto sobre o que deve constar no carimbo médico diz respeito à abreviatura do nome. Segundo o parecer 5370/14, de acordo com a Resolução CFM 2069/14, o profissional pode abreviar nome e sobrenome na assinatura ou em qualquer documento médico, desde que o número de inscrição no CRM seja legível e que o emissor possa ser identificado.

Quando o carimbo médico é obrigatório?

Para toda regra, há uma exceção.

O carimbo médico, por exemplo, é dispensável na maioria das vezes, no entanto, ele é obrigatório na prescrição de alguns fármacos que exigem uma administração mais cuidadosa. É o caso de entorpecentes (na lista A1 e A2) e psicotrópicos (na lista A3).

Além disso, esse tipo de medicamento deve seguir a norma técnica nº 20/2011 da ANVISA, que indica a obrigatoriedade do preenchimento de uma receita simples, mas em duas vias, com nome completo, idade e sexo.

Portanto, o carimbo médico só é obrigatório em caso de receituário de fármacos na lista A1, A2 e A3.

Desvantagens do carimbo médico

Apesar de popular, não obrigatório e ainda facilitar a vida do profissional, o carimbo médico não é a maneira mais segura de garantir legitimidade.

Isso porque qualquer pessoa pode fazer uso indevido do acessório e validar documentos sem respaldo do médico. Neste contexto, tanto o profissional quanto o paciente sofrem com a fraude.

Enquanto o paciente corre o risco de sofrer as consequências de uma medicação errada, o profissional pode ter que responder a processos judiciais contra médicos, mesmo que não tenha cometido fraude.

Por essa razão, contar com a tecnologia para garantir segurança e maior controle dos documentos é a melhor forma de evitar as desvantagens do carimbo.

E nesse sentido entra a prescrição digital, que deve substituir o carimbo muito em breve.

Vantagens da prescrição digital em relação ao carimbo médico

Entre as vantagens da prescrição eletrônica para substituir o carimbo médico, estão:

  • Redução de erros e fraudes;
  • Monitoramento de receitas feito de forma mais confiável;
  • Praticidade no atendimento remoto.

Considerações finais

O carimbo médico não é obrigatório em diversas práticas na medicina e seu uso é um facilitador na vida do profissional, pois reduz a burocracia.

Contudo, a tecnologia permite substituir o popular acessório pela prescrição digital, conferindo o mesmo valor, mas oferecendo mais segurança e praticidade.

Essa é, inclusive, uma excelente forma de começar a investir na telemedicina, ampliando sua cartela de clientes e facilitando o acesso dos pacientes.

Quer saber mais? Então, continue navegando no blog da Medictalks e mantenha-se informado para ajudar a salvar mais vidas.

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