Já foi-se o tempo em que a experiência profissional e os anos de medicina ditavam o progresso da carreira médica.
Hoje, mais do que nunca, manter uma conduta de ética é de suma importância para preservar a reputação. Afinal, os estudos e o tempo de carreira não devem se sobrepor à postura do profissional, seja qual for a sua área de atuação.
Por exemplo, discriminar o paciente, seja por raça, credo ou recursos econômicos, ou então compartilhar dados sensíveis com outras pessoas, fere o Código de Ética Médica, que diz:
[…] guardar absoluto respeito pela vida humana, jamais usando seus conhecimentos técnicos ou científicos para o sofrimento ou extermínio do homem […]
Neste artigo, vamos falar sobre a importância de conquistar uma boa reputação para o progresso da carreira médica.
Entende-se por conduta a forma de uma pessoa agir, o seu comportamento perante a sociedade. Sendo assim, a conduta médica é a maneira do profissional de medicina agir entre seus colegas, público e pacientes.
Espera-se que seja uma conduta ética, isto é, que atenda aos padrões morais, como respeito, clareza e zelo pela saúde e bem-estar das pessoas. Essas são ações básicas que norteiam a conduta médica e contribuem para o progresso da carreira.
Entenda como um médico promove algumas ações que atendem ao Código de Ética Médica:
Mencionamos no início deste artigo que o tempo de carreira e a experiência profissional não ditavam mais o progresso na carreira médica.
Embora sejam fatores importantes, entendemos que a larga experiência e a busca por aprimoramentos na carreira médica não definem um profissional comprometido com a conduta ética.
Até porque, eventualmente, casos de médicos envolvidos em processos judiciais, com CRM regular e boa experiência, vêm ganhando os noticiários. Isso reacende o debate sobre a importância da reputação no progresso da carreira médica.
Afinal, as pessoas, em geral, podem até receber tratamento digno, mas ao descobrirem que o médico em questão teve má conduta com outros pacientes, a reputação do profissional é posta em cheque.
Não há espaço, portanto, para uma visão individualista do caso, uma vez que uma das ações que evidenciam a má conduta médica refere-se ao comportamento diferente para com alguns pacientes, colegas de trabalho e o público.
Quando o paciente percebe que o médico não se preocupa com o seu rápido restabelecimento da saúde, prescreve receitas sem o menor cuidado ou discute temas baseados em opiniões e não em ciência, a confiança se perde. Para gerar um conflito que leva a um processo, é um passo.
Por isso, a reputação tem papel fundamental para um profissional que deseja progredir em sua carreira médica.
Ninguém está livre de cometer erros, nem mesmo os veteranos. Mas ainda que o profissional de medicina queira dar o seu melhor, algumas atitudes podem denunciar uma postura equivocada, mesmo sem intenção.
É por isso que até o Código de Ética Médica de 1988 ganhou uma revisão 30 anos depois (Resolução CRM 2.217/18). O documento acompanha o progresso social, científico e tecnológico para melhorar a relação de médicos com a sociedade e pacientes, e também entre os próprios profissionais.
Nesse sentido, o profissional também precisa se atualizar para não cometer falhas que possam prejudicar o progresso da sua carreira médica.
Elencamos, em seguida, os 3 principais erros que os médicos devem evitar.
Ainda nesse artigo, mencionamos que uma das ações que atendem ao Código de Ética Médica é o não compartilhamento de dados sensíveis do paciente com outras pessoas.
Isso tem a ver com duas situações: quando o médico confidencia informações de seus pacientes aos colegas, sem isso ter o propósito de buscar aconselhamento de outro especialista; e quando o médico não providencia cuidados para resguardar o prontuário do paciente.
Em ambos os casos, é dever do profissional proteger as informações de seus pacientes, aliando a ética à tecnologia.
Ou seja, o médico deve buscar uma solução inteligente para armazenar os dados da melhor forma possível. A sugestão é usar plataformas de armazenamento digital, uma maneira fácil e moderna que a telemedicina trouxe aos profissionais.
Médicos também têm opinião própria, crenças e convicções acerca de algum assunto. Entretanto, essas opiniões não podem interferir no atendimento ao paciente.
É o caso de assuntos polêmicos como aborto, eutanásia ou qualquer tema político que pode gerar conflitos, evocar emoções e denunciar uma conduta antiética.
Portanto, o profissional que deseja o progresso da carreira médica deve embasar seus atos no campo das evidências científicas e legais, e nada além disso.
A comunicação clara e objetiva é uma das melhores ferramentas de qualquer setor profissional, então, não seria diferente na medicina.
Nesse sentido, revelar todos os dados importantes para o paciente sobre o seu estado de saúde contribui para não haver desconfiança sobre a conduta médica.
Um exemplo disso é quando o paciente tem a chance de escolher entre uma intervenção cirúrgica e um tratamento.
De um lado, uma intervenção que pode eliminar de vez um problema; de outro, um tratamento que pode demorar meses e ser desgastante.
No entanto, o médico não comunica que a cirurgia acarreta muito mais riscos do que o tratamento. Essa é uma informação importante que pode salvar uma vida ou derrubar a reputação do médico.
O progresso da carreira médica depende muito da postura profissional, sem excluir, contudo, a experiência, o tempo de carreira e o aprimoramento contínuo.
Em outras palavras, o conhecimento técnico e a conduta ética devem andar de mãos dadas para o sucesso da carreira do médico.
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