ESG: conheça os impactos para as indústrias farmacêuticas

Você já ouviu falar em ESG? A sigla está ligada à implementação de processos sustentáveis nas empresas. Isso faz parte das transformações que estão ocorrendo no mundo corporativo. Com o surgimento de novas tecnologias, soluções inovadoras estão sendo desenvolvidas para que os negócios caminhem em conjunto com o meio ambiente.

No setor da saúde, isso não seria diferente! Organizações do segmento estão adotando, cada vez mais, pilares relacionados à questões ambientais e sociais, a fim de melhorar a saúde das pessoas e manter o equilíbrio com o planeta. No artigo de hoje, vamos entender o que é o ESG e quais são os impactos desse conceito na saúde.

O que é ESG?

A sigla representa três palavras: environmental, social and governance que, traduzido para o português, significa ambiental, social e governança. Na prática, trata-se de uma proposta que tem como objetivo avaliar os impactos das ações ambientais, sociais e de governança nas empresas.

O termo nasceu em 2004, no relatório Who Cares Wins, uma publicação realizada em parceria com o Pacto Global das Organizações das Nações Unidas (ONU) e o Banco Mundial.

O que cada um dos três pilares do ESG representa?

Cada um dos três pilares existentes na sigla ESG representa práticas sustentáveis e dedicadas à promoção da saúde das pessoas, que podem ser implementadas nas instituições. Confira cada uma delas:

Ambiental

Aqui, entram ações voltadas a iniciativas de construção verde, implementando um design sustentável para promover mudanças no impacto ambiental. Existem alguns detalhes que também podem fazer muita diferença, como o uso de embalagens compostáveis de cafeteira e formas de diminuir insumos utilizados na assistência das pessoas.

Social

Para promover a questão social dentro de um hospital ou clínica de saúde, é preciso entender que ela passa por diferentes nuances. Pode-se criar políticas que assegurem, por exemplo, os direitos dos colaboradores, além de garantir melhorias voltadas à diversidade e igualdade entre todos.

Com profissionais mais valorizados, é possível proporcionar bons resultados à saúde da população. Em relação à comunidade, deve-se prever atividades de filantropia, ações de medicina preventiva, educação e orientação às pessoas.

Governança

Esse pilar diz respeito às melhorias na gestão de uma organização de saúde. Portanto, os administradores devem prestar contas e gerenciar os processos de maneira transparente e eficiente. Nesse cenário, entra um tópico muito importante: a segurança de dados, já que ela está intimamente ligada ao cuidado com os pacientes.

Por que o ESG é importante para o setor da saúde?

Preocupar-se com todos os pilares do ESG nas instituições de saúde é muito mais do que algo essencial. É a maneira de as organizações, a longo prazo, atingirem maior crescimento e resultados positivos. Além disso, corporações engajadas em questões sustentáveis apresentam maior valor tanto para investidores quanto em relações com outras empresas.

Outro ponto a ser destacado é que o ESG é um importante fator observado quando o hospital é avaliado. Isso porque, por meio dele, é possível medir os impactos positivos e negativos de uma instituição de saúde.

Quais são as ações relacionadas ao ESG que as instituições de saúde estão implementando?

De acordo com informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), estima-se que, com a pandemia da Covid-19, a maior parte de 87 mil toneladas de equipamentos de segurança foram descartados no lixo. A partir desses dados, é possível entender como é importante implementar ações relacionadas ao ESG para mudar o quadro.

Na questão ambiental, as organizações já estão tentando remodelar a gestão de resíduos, para reduzir insumos. Além disso, várias possuem iniciativas internas voltadas à transparência de informações e melhorias no que diz respeito à diversidade e incentivo aos colaboradores. Em relação à governança, os passos são mais lentos, o que pede atenção em diferentes pontos, como equidade de pagamento e políticas de prevenção contra fraudes e violações éticas.

ESG na indústria farmacêutica

Muitas empresas farmacêuticas já informam as emissões de CO² e estabelecem programas e metas para se tornarem neutras em carbono. Além disso, por várias dessas organizações utilizarem uma grande quantidade de água na fabricação de medicamentos, há a possibilidade de trabalhar ações em cima do quadro, para reduzir o desperdício do bem natural.

As instituições do segmento ainda têm a segurança como um dos principais tópicos a serem avaliados e aprimorados. Portanto, as companhias seguem tomando medidas para garantir que os remédios e dispositivos sejam utilizados de maneira adequada no momento exato e nos pacientes certos.

Por que implementar o ESG na indústria farmacêutica?

Investir em um modelo de gestão que envolva pilares sustentáveis é muito importante para empresas que desejam se manter competitivas, já que o comprador do futuro (e parte dos atuais) valoriza causas ambientais e sociais, e deseja ser um transformador dentro de seu ambiente profissional.

Além disso, pesquisas já apontam que grande parte dos investidores consideram práticas ESG na hora de apostar ou não em uma organização.

Qual é o principal desafio das indústrias farmacêuticas ao implementar o ESG?

O preço dos medicamentos é o principal obstáculo enfrentado pelo setor. A situação interfere nas avaliações ESG por dificultar a acessibilidade aos produtos. O problema está longe de ser resolvido, já que as políticas de subsídios para remédios não carregam tamanha relevância na agenda brasileira.

Para você ter uma ideia, segundo o Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), o país apresentou um reajuste médio de 11% nos medicamentos, em 2022. Mesmo que exista um programa por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), esse processo é lento e nem sempre contempla as necessidades da população.

Quais são as medidas que as indústrias farmacêuticas podem adotar para implementar o ESG?

Na área ambiental, as empresas do segmento podem seguir as seguintes ações:

  • Investir em uma frota de veículos sustentáveis;
  • Apostar em práticas para conquistar a neutralidade de carbono entre 5 e 10 anos;
  • Realizar uma gestão de resíduos;
  • Buscar ações para reduzir custos de fabricação.

Na área social, as indústrias farmacêuticas devem estar atentas aos seguintes aspectos:

  • Contribuir financeiramente para medicamentos e terapias a comunidades carentes;
  • Adotar a diversidade em ensaios clínicos para pesquisa e desenvolvimento;
  • Melhorar a segurança dos produtos;
  • Criar programas de diversidade e inclusão.

Já na parte de governança, é preciso colocar em prática os fatores a seguir:

  • Organizar relatórios de responsabilidade social corporativa para estar ciente do progresso das práticas ESG;
  • Apostar na diversidade de gênero e raça nos conselhos de administração;
  • Ter metas de equidade salarial;
  • Criar políticas de compliance, fraude e ética.

Saiba quem são as 10 maiores empresas ESG no segmento farmacêutico

Confira uma lista das 10 maiores empresas farmacêuticas ESG de 2021.

1. Boehringer Ingelheim

2. Biogen

3. Astellas

4. Novo Nordisk

5. Novartis

6. Amgen

7. Gilead

8. Bayer

9. Roche

10. Sanofi e Takeda disputam a décima posição

Como as organizações de saúde podem implementar o ESG?

Uma das formas de hospitais e outras instituições de saúde incorporarem o ESG em sua gestão é por meio de indicadores de desempenho. Assim, é possível medir os impactos da organização de maneira mais abrangente. Outra vantagem desse método é que ele é capaz de identificar riscos.

Ferramentas de análise também são bem-vindas para contribuir com a implementação, pois elas permitem que os investidores e administradores visualizem claramente os efeitos ocasionados pela empresa.

Além disso, é necessário focar nos pilares ambientais, sociais e de governança, e incorporá-los nas estratégias da gestão, mantendo todos os processos transparentes para que o resultado seja alcançado e o ESG esteja implementado na organização.

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