Mesmo silenciosas no início, determinadas doenças cardiovasculares podem receber tratamentos que aumentam as chances de cura. Contudo, no Brasil, há um sinal de alerta para a crescente incidência dessas enfermidades.
Neste artigo, você entende melhor o cenário do quadro no país, quais são as mais comuns, os custos envolvidos e a relação com a economia, e quais medidas o Governo está tomando para reverter essa preocupante situação. Continue lendo!
Doenças cardiovasculares no Brasil
O primeiro semestre de 2021 registrou um aumento médio de 7% no número de óbitos por doenças cardiovasculares (DCV) no Brasil, ante mesmo período de 2020. Quem afirma isso é a Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Brasil (Arpen-Brasil).
O dado reforça o quanto essas patologias afetam a população, sendo líderes de mortalidade no país. Em média, 14 milhões de brasileiros possuem DCV e cerca de 400 mil perdem a vida em decorrência delas anualmente, representando 30% dentre todas as mortes, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
- Cerca de mil óbitos por dia.
- Média de 150 mil mortes nos seis primeiros meses de 2021.
Ainda em 2021, as mortes por infarto aumentaram 3,14% de janeiro a junho. Já as DCV inespecíficas (morte súbita, choque cardiogênico e outros) chegaram a 19% em comparação ao primeiro semestre de 2020, de acordo com a Arpen-Brasil.
O cenário mais recente é de que mais de dois milhões de brasileiros enfrentam a patologia, de acordo com o Ministério da Saúde. Ela é também a principal causa de internação, sendo o Rio de Janeiro o estado com maior número de óbitos por internação (8%).
Doenças cardiovasculares mais comuns
- Hipertensão
- Infarto Agudo do Miocárdio (IAM)
- Insuficiência cardíaca
- Cardiopatia congênita
- Endocardite
- Arritmias cardíacas
- Angina
- Miocardite
- Valvulopatias
Custos da doença no Brasil
Patologias cardiovasculares representam também gastos severos no sistema de saúde. O Ministério da Saúde revelou que o custo com tratamento das DCV em 2021 foi de R$ 644 milhões, contra R$ 563 milhões de janeiro a agosto do ano passado.
As cirurgias não ficam para trás. No SUS, o valor chegou a R$ 590 milhões em 2021 e R$ 432 milhões também de janeiro a agosto de 2022. Apesar de parecer um declive favorável, estamos falando de apenas oito meses. A tendência, infelizmente, é só aumentar.
Insuficiência Cardíaca gera perda anual de R$ 6 bi para economia do país
O Centro de Inovação SESI em Saúde Ocupacional estimou a privação de R$ 6 bilhões anuais para a economia do Brasil. Este fator decorre da diminuição de produtividade dos brasileiros em idade ativa, provocada pela insuficiência cardíaca, doença que atinge 20% da população.
O cálculo considera despesas referentes ao benefício previdenciário dos trabalhadores afastados, custos com a reposição salarial ou hora extra pagos a terceiros e o valor médio agregado por indivíduo (PIB per capita).
Nos últimos quatro anos, o Sistema Único de Saúde (SUS) gastou cerca de R$ 1,4 bilhão em hospitalizações devido à doença. O número preocupa, pois, conforme a doença progride, mais as pessoas dependerão do provento.
Medidas tomadas pelo Ministério da Saúde para reverter o cenário
Em entrevista para a CNN, o Ministério da Saúde informou que está investindo recursos para potencializar e garantir a detecção precoce, o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento das DCV no âmbito da Atenção Primária à Saúde.
Segundo o Ministério, já está sendo feito o envio de médicos qualificados às regiões com maior vulnerabilidade. Além disso, estão dando atenção principalmente ao acompanhamento e seguimento longitudinal das pessoas com condições crônicas.
Como funciona o tratamento para as DCV no SUS?
Junto aos esforços citados no tópico anterior, o SUS também oferece atendimento integral e gratuito para a prevenção, diagnóstico e tratamento de doenças cardiovasculares.
O primeiro atendimento é realizado nas UBS, onde há disponibilidade de ações preventivas, tais como acompanhamento e monitoramento de fatores de risco (hipertensão e diabetes, por exemplo).
Em caso de diagnóstico de uma doença cardiovascular, o paciente será encaminhado para a Atenção Especializada. Nela, haverá uma assistência completa, como atendimento com especialista, exames, tratamento e demais procedimentos necessários, ambulatorial ou cirúrgico. Hoje, o Brasil conta com mais de 300 centros especializados de alta complexidade.
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