Escrito por Flávio P. Brandt| Revisor Dr. Alexandre Barbosa Naime Registrada, no Brasil, em 2019, ceftazidima-avibactam (Torgena®) – uma cefalosporina de 3ª geração associada a um inovador inibidor de β-lactamase – está indicada para tratamento de pacientes adultos com infecção intra-abdominal complicada (em combinação com metronidazol), infecção de trato urinário complicada, incluindo pielonefrite, pneumonia nosocomial, pneumonia associada à ventilação mecânica e bacteremia secundária a qualquer um dos sítios mencionados anteriormente.1,2 Sua eficácia no tratamento dessas infecções, quando causadas por enterobactérias ou por Pseudomonas aeruginosa, foi demonstrada em diversos estudos, sendo sugerida como alternativa aos carbapenêmicos.3-5 A ascensão global de infecções por bactérias Gram-negativas multirresistentes, no entanto, como as enterobactérias resistentes a carbapenêmicos (CREs) e Pseudomonas aeruginosa com resistência de difícil tratamento (do inglês: P. aeruginosa with difficult-to-treat resistance, ou DTR-P. aeruginosa), tem ampliado ainda mais a utilidade e importância de ceftazidima-avibactam (CZA).6,7 Nesse sentido, ensaios de vida real tem trazido informações valiosas sobre a utilidade de CZA na prática clínica e serão discutidos neste artigo. As carbapenemases representam um importante mecanismo de resistência enzimático, sendo as mais frequentes as do grupo A da classificação de β-lactamases de Ambler, como a K. pneumoniae carbapenemase (KPC), as do grupo B, ou metalo-β- lactamases (MBLs), como…...