Notícia

20% dos casos de câncer de próstata são diagnosticados tardiamente

Em meio a troca na cor dos laços representativos, está uma mensagem de autocuidado fundamental. O Novembro Azul, campanha deste mês, reforça a importância da população masculina se conscientizar acerca do câncer de próstata, bem como incentiva a realização de exames preventivos.
Seguindo os rumos do movimento, é crucial que médicos de qualquer especialidade e instituições voltadas à saúde mantenham-se atualizados e dialoguem a respeito do tema. Afinal, estar a par do assunto pode refletir no desempenho profissional e contribui diretamente na diminuição dos índices da doença.

Neste conteúdo, você terá a oportunidade de compreender melhor sobre:

  • Fatores de risco;
  • O cenário do tumor no Brasil;
  • A importância da prevenção do câncer de próstata;
  • Como incentivar o diagnóstico precoce;
  • A atuação dos médicos e profissionais da saúde em relação ao câncer de próstata;

E muito mais! Acompanhe até o final e faça parte desta importante causa.

Câncer de próstata no Brasil: 65.840 novos casos a cada ano

Ficando atrás apenas do câncer de pele, o tumor que afeta a próstata é o segundo mais frequente nos brasileiros. Apesar de representar um risco estimado em 62,95 casos novos a cada 100 mil homens, o assunto ainda é tratado como um tabu entre a população masculina.
A falta de conhecimento, o medo, o preconceito e os diagnósticos tardios causam, em média, 14 mil óbitos por ano no Brasil. Dentre as razões que influenciam neste dado devastador, está a negligência com a própria saúde. Em 2019, a proporção de homens que consultaram um médico foi inferior à das mulheres (69% e 82%, respectivamente), segundo a Pesquisa Nacional de Saúde, do IBGE.
Outro fator envolve os custos do tratamento do câncer de próstata. Após a confirmação da doença através da biópsia ou do toque retal, o paciente enfrenta os valores das diárias hospitalares, dos medicamentos, dos dispositivos médicos implantáveis, dos procedimentos cirúrgicos, da quimioterapia e muito mais.
Em 2015, o gasto médio no Brasil era de R$ 12.501,55, de acordo com um levantamento realizado pela Orizon, empresa especializada em análises de inteligência em saúde. Após sete anos de diversas mudanças econômicas, o número tende a ficar ainda mais alto, afastando pessoas de baixa renda de um tratamento e recuperação de qualidade.
Conforme dados levantados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), ao desconsiderar os tumores de pele não melanoma, o câncer de próstata lidera em todas as regiões brasileiras, sendo:

  • 72,35/100 mil na região Nordeste;
  • 65,29/100 mil na região Centro-Oeste;
  • 63,94/100 mil na região Sudeste;
  • 62,00/100 mil na região Sul;
  • 29,39/100 mil na região Norte.

Veja os principais fatores de risco do câncer de próstata

O desenvolvimento do câncer de próstata pode ser acarretado devido a alguns fatores, sendo os principais:

  • Idade: raro em homens com menos de 40, as chances aumentam com o avanço da idade. A cada dez brasileiros diagnosticados com câncer de próstata, nove têm mais de 55 anos.
  • Histórico familiar: ter parente de primeiro grau (pai, avô ou irmão) com diagnóstico de câncer de próstata, coloca o homem no grupo de risco.
  • Sobrepeso e obesidade: os riscos de desenvolver o tumor intensificam em homens com peso corporal mais elevado.

Por que a conscientização sobre o câncer de próstata é importante?

Na era da desinformação e da falta de esclarecimentos, os profissionais da saúde tornam-se os protagonistas do conhecimento e entram em cena com o papel de conscientizar os seus pacientes.
Seja através de consultas ou em seus meios de comunicação, falar sobre o câncer de próstata e a importância do diagnóstico precoce auxilia na prevenção da doença. Isso porque, se descoberto rapidamente, as chances de cura chegam a 90%.
É válido ressaltar que 20% dos casos atualmente são diagnosticados tardiamente justamente pela falta do acompanhamento médico, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia. Incentivar esse público a fazer check-ups anuais é crucial para mantê-los saudáveis.

Como os médicos e profissionais da saúde podem incentivar o diagnóstico precoce?

Enquanto a população masculina ainda reluta em realizar exames preventivos, os médicos, profissionais da saúde e demais instituições da área devem tratar o tema com transparência, engajando-se em ações simples, mas que fazem toda a diferença.
Veja algumas práticas voltadas à atenção primária que podem salvar a vida de milhares de homens:

  • Desmistifique mentiras sobre o câncer de próstata. Por exemplo, ao contrário do que muitos pacientes imaginam, o exame é indolor e rápido;
  • Apoie o Novembro Azul decorando o consultório ou distribuindo folhetos informativos, isso aumenta a visibilidade do tema, que chegará em mais pessoas;
  • Vá direto ao ponto e aborde os riscos da doença;
  • Não deixe de falar sobre as consequências, sobretudo o sofrimento do paciente e de sua família;
  • Para os pacientes na média dos 40 anos, inicie conversas a respeito dos exames preventivos;
  • Oriente os homens acima de 50 anos a realizarem o exame de toque retal e a dosagem do PSA total;
  • Tenha controle e monitore de perto o histórico do paciente;
  • Independentemente da sua especialidade médica, a conscientização para o exame é fundamental em quaisquer consultas que o paciente faça;
  • Recomende atitudes preventivas, como a prática de exercícios e uma alimentação balanceada, bem como a verificação do perímetro abdominal, a checagem da pressão arterial, hemograma completo (pelo menos uma vez por ano), testes de urina, exames de sangue para checagem da glicemia e vacinação atualizada.

Quando orientar os exames preventivos do câncer de próstata?

Por ser uma doença silenciosa e a causa principal para o desenvolvimento do câncer de próstata ainda não ter sido identificada, é essencial estar atento a alguns sintomas para incentivar o exame.
Os indícios do tumor são mais perceptíveis quando ele está em estágio avançado, no entanto, alguns são muito similares ao crescimento natural da próstata durante o envelhecimento. Mas, isso só será desvendado com a examinação.
Casos para se ficar de olho incluem: diminuição do jato de urina, ardência ao urinar e mais idas ao banheiro. Se o câncer tiver evoluído, mesmo com cirurgia, o homem fica mais suscetível à metástase, além de poder desenvolver incontinência urinária e impotência.

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