Escrito por Prof. Dr. Hugo Tadashi Kano| Revisado por Dr. Rodrigo Gibin A Doença Hepática Gordurosa Não-Alcoólica(DHGNA) é uma doença silenciosa, multissistêmica e intimamente ligada aos hábitos comportamentais(sedentarismo e inadequação alimentar), culminando em desfechos patológicos, dentre eles as doenças cardiovasculares(DCVs) [1]. A DHGNA é a doença hepática mais frequente na população ocidental, sendo definida como >5% de esteatose hepática ou condição crônica de acúmulo de gordura no fígado(identificada por imagem ou biópsia hepática) na ausência do consumo de excessivo de álcool, de medicamentos indutores de esteatose e de outras doenças hepáticas, doenças hereditárias e/ou infecções virais [2]. Histologicamente, a DHGNA contempla a esteatose hepática não-alcoólica, com esteatose hepática sem evidência de lesão de hepatócitos, e a esteatohepatite não-alcoólica(EHNA), esta última com esteatose hepática e inflamação lobular associada com lesão de hepatócitos com ou sem fibrose [2]. A prevalência média de DHGNA é aproximadamente de 25% na população mundial adulta, com o Brasil apresentando uma das mais elevadas(35%) [3]. Clinicamente, os pacientes com DHGNA tendem a serem obesos, podendo apresentar quadros de resistência insulínica ou Diabetes Mellitus tipo 2, dislipidemia e hipertensão, os quais são fatores de risco para DCVs [4]. Na progressão da DHGNA, da esteatose hepática não-alcoólica, 10-30% podem evoluir para EHNA,…...