A dengue no Brasil em 2024
A dengue é uma doença infecciosa aguda, causada por um vírus da família Flaviviridae, gênero Flavivírus, com quatro sorotipos conhecidos: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4.
Transmitida principalmente pelo mosquito Aedes aegypti, a dengue pode se manifestar de forma clássica ou hemorrágica.
O controle do vetor é crucial para prevenir a propagação da doença, uma vez que o Aedes aegypti tende a proliferar em ambientes urbanos, utilizando recipientes com água parada para a postura de ovos.
Medidas de controle incluem remoção de criadouros e uso de repelentes e inseticidas. No Brasil, a presença do mosquito é constante, contribuindo para epidemias recorrentes, especialmente em períodos de maior pluviosidade e temperaturas elevadas, como no verão.
A dengue é uma doença febril aguda, sistêmica e autolimitada, porém, pode evoluir para formas graves, incluindo óbito. Os sinais de alarme incluem febre repentina, dor de cabeça, prostração, dores musculares e/ou articulares e dor atrás dos olhos.
Os sinais de agravamento após a fase crítica (durante a fase de recuperação) podem indicar extravasamento de plasma e/ou hemorragias, tais como:
Todos os indivíduos, especialmente mulheres grávidas, lactentes, crianças (até 2 anos) e pessoas com mais de 65 anos, são suscetíveis à dengue e têm maior risco de complicações.
O diagnóstico é clínico e pode ser confirmado por exames laboratoriais.
A Fiocruz desempenha um papel fundamental no estudo e controle da dengue no Brasil. Desde a identificação do vírus tipo DENV-1 em 1986, a instituição tem liderado pesquisas sobre o mosquito vetor e estratégias de controle.
Projetos como a introdução da bactéria Wolbachia para bloquear a transmissão do vírus são promissores. Além disso, estudos clínicos e epidemiológicos são conduzidos para entender melhor a doença e desenvolver vacinas.
A dengue continua sendo um desafio de saúde pública no Brasil, exigindo esforços contínuos de prevenção, controle e pesquisa para mitigar seus impactos na população.
A prevenção da dengue envolve o controle do mosquito vetor, identificação precoce dos sintomas, busca por assistência médica e vigilância epidemiológica.
O tratamento é sintomático, com analgésicos e antitérmicos, além da vacina Dengvaxia, usada somente para quem já foi infectado. O uso de ácido acetilsalicílico e anti-inflamatórios deve ser evitado devido ao risco de hemorragias.
A prevenção e o manejo adequado da dengue eram, até então, desafios importantes na saúde pública, exigindo esforços contínuos para proteger a população. Afinal, a única vacina até então disponibilizada no Brasil era apenas para quem já teve contato com a dengue.
Felizmente, o Brasil recebeu uma boa notícia em 2024: uma vacina gratuita contra dengue, mesmo para quem nunca teve a doença.
O Brasil recebeu sua primeira remessa da Qdenga, vacina contra a dengue produzida pelo laboratório japonês Takeda, para distribuição pelo SUS.
O primeiro lote, doado pela fabricante, contém 750 mil doses destinadas a adolescentes de 10 a 14 anos em cidades com mais de 100 mil habitantes, considerando as taxas de transmissão da doença.
Podem ocorrer reações leves a moderadas, como dor no local da injeção, dor de cabeça, dor muscular, vermelhidão, mal-estar, fraqueza e febre, principalmente após a primeira dose.
Assim, a chegada da Qdenga amplia as opções de prevenção contra a dengue, reforçando os esforços de combate à doença no Brasil.
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