Saúde mental, qualidade de vida e adaptação tecnológica são alguns dos aspectos do cotidiano médico que mais se destacaram durante a crise sanitária no país.
Isso não só alterou a rotina dos profissionais da saúde, como também revelou a necessidade de manter as mudanças no pós-pandemia. Afinal, todo médico também precisa de atenção, uma vez que os desafios da profissão impactam diretamente nos aspectos do cotidiano profissional.
Diante disso, vamos elencar os 5 aspectos do cotidiano médico que ficaram em evidência durante a pandemia da COVID-19.
A saúde mental dos estudantes de medicina foi tema de reunião da APA – Associação Americana de Psiquiatria –, com resultados surpreendentes e preocupantes.
A pesquisa entrevistou mais de 600 estudantes e revelou taxas altas de exaustão emocional e sintomas de burnout. Veja os números:
Apesar de todo cotidiano médico ser marcado por desafios, especializações e uma rotina estressante, esses aspectos ganharam um contorno mais acentuado por conta da pandemia.
Os profissionais da saúde trabalharam ainda mais durante a crise sanitária, se expuseram aos riscos, sofreram perdas e sentiram o impacto na saúde mental.
Por isso, ficou bastante evidente a importância de cuidar do emocional, do físico e da mente daqueles que estão na linha de frente nos hospitais. Afinal, se eles não estão bem, dificilmente estarão aptos a atender os pacientes.
Além de saúde mental, a qualidade de vida é outro aspecto do cotidiano médico evidenciado na pandemia.
Com tanta correria para ganhar mais dinheiro com plantões e “sobreviver” a um ambiente competitivo e exigente, as equipes médicas não encontram tempo nem apoio para cuidar de si próprias.
Como resultado, a saúde mental sofre abalos e a qualidade de vida diminui. Isso não só causa problemas de saúde relatados no tópico anterior, como também leva a uma queda de desempenho e, até, possíveis erros médicos.
Para termos uma ideia, um estudo realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descobriu que, em 2021, mais de 80% dos entrevistados sofreram impacto na saúde. Contudo, menos da metade desses profissionais recebeu apoio para se cuidar.
Isso revela o quanto a saúde do profissional que cuida da saúde de pacientes estava sendo negligenciada. Espera-se, entretanto, um olhar mais atento às equipes médicas no pós-pandemia.
Em outros tempos, a ideia de medicina a distância era apenas coisa de ficção científica. No entanto, a pandemia fez toda uma ala médica sair da zona de conforto e experimentar ferramentas tecnológicas para atender à população.
Foi o caso da telemedicina, o uso da medicina conectada que ajuda médicos no atendimento aos pacientes sem que eles precisem se deslocar até o consultório.
Essa tecnologia é um dos aspectos do cotidiano médico que ganhou destaque durante a pandemia. Devido ao isolamento social e à quarentena para evitar a disseminação do vírus, muita gente não tinha como ir ao médico para resolver um assunto rápido.
Por isso, a telemedicina recebeu autorização jurídica para atuar como ponte entre os profissionais da saúde e o paciente. Por outro lado, isso pode ter dificultado o trabalho daqueles que não têm afinidade com o meio digital, o que resultaria em perda de mercado.
Além disso, a inteligência artificial também trouxe novidades no cotidiano médico. É possível identificar riscos de doenças por meio de um Prontuário Eletrônico do Paciente (PEP), monitorá-lo de forma remota pelos dispositivos vestíveis (wearables) e realizar cirurgias a distância.
De qualquer forma, com o avanço cada vez mais rápido da tecnologia, espera-se que a telemedicina e outras vantagens tecnológicas sejam muito comuns antes de 2030.
Um dos aspectos do cotidiano médico é o tão sonhado plano de carreira e seu salário. No entanto, segundo o primeiro secretário do CREMESP, não há planos de carreira na medicina do Brasil.
O que há são concursos públicos para funcionários no estado e município, que possibilitam alguma ascensão, mas nada que se compare a uma carreira de estado.
Além disso, os concursos públicos estão cada vez mais escassos, com equipamentos de saúde pública sob a administração de organizações terceirizadas, sem CLT ou PJ.
Fora o plano de carreira inexistente, tem também o salário que, muitas vezes, não é proporcional ao estresse e à perda de qualidade de vida. Esses são, portanto, aspectos do cotidiano médico que a pandemia evidenciou.
Entre os aspectos do cotidiano médico que mais se destacaram durante a pandemia, está a adaptação às mudanças. Sejam elas de cunho profissional ou social, a verdade é que adaptar-se a um ambiente hostil e às novas tecnologias são desafios constantes.
É claro que os médicos encontram o caminho no conhecimento, na experiência e em uma boa formação acadêmica, destacando-se dos demais e driblando as situações adversas.
Porém, as mudanças tecnológicas impõem adaptações rápidas para a prática da profissão, que exige mais do que resiliência, mas também conhecimento de que essas mudanças são sociais e afetam todo mundo.
Durante o período de isolamento, por exemplo, ficou evidente a necessidade de novos rumos para a medicina, com o objetivo de não deixar cair a qualidade dos serviços.
Afinal, se há conectividade para tantos aspectos da vida, não seria diferente no cotidiano médico.
Por isso, a adaptação deve ocorrer cada vez mais rapidamente, de modo que, no futuro, tanto a Inteligência Artificial quanto a saúde mental não sejam assuntos estranhos e de difícil entendimento.
Ao evidenciar os aspectos do cotidiano médico durante a pandemia, fica claro que é possível melhorá-los sem reduzir a qualidade dos serviços.
Pelo contrário, toda a equipe médica trabalha mais satisfeita com um plano de carreira, saúde mental estável e apoio para se adaptar às mudanças sociais e tecnológicas.E então, esse artigo sobre os aspectos do cotidiano médico foi útil para você? Se sim, não deixe de conferir mais assuntos aqui na Medictalks e até a próxima.