A conexão entre o intestino e o cérebro vem ganhando destaque no estudo de transtornos do neurodesenvolvimento, como o autismo. Agora, uma nova pesquisa publicada na Nature Communications revela como metabólitos derivados do triptofano — produzidos pelo microbioma intestinal — se associam a alterações cerebrais e a sintomas de autismo em crianças e adolescentes. O estudo: integração entre microbioma, cérebro e comportamento Pesquisadores analisaram 43 crianças e adolescentes com autismo e 41 neurotípicos (8 a 17 anos), combinando: Análise de metabólitos fecais focada na via do triptofano, Exames de ressonância magnética funcional (fMRI) durante tarefas socioemocionais, Avaliações clínicas e comportamentais detalhadas. A hipótese era que alterações nos metabólitos derivados do triptofano estariam ligadas tanto a diferenças na atividade cerebral como à gravidade dos sintomas de autismo. Principais descobertas Crianças com autismo apresentaram níveis significativamente mais baixos de kynurenato (KA), um metabólito neuroprotetor da via do triptofano, comparado ao grupo controle. Alterações nos níveis de metabólitos como indolelactato e triptofano betaína se correlacionaram com diferenças na atividade do córtex insular e do córtex cingulado médio — regiões relacionadas a interocepção e processamento emocional. A gravidade dos sintomas de autismo, medidas por instrumentos como o ADOS-2, também se associou a alterações no…...